sexta-feira, 17 de março de 2017

A Grande Muralha da China

Descubra neste documentário do National Geografic a beleza e o fascínio
deste grande monumento, a grande muralha da China, que dizem ter mais de
dois mil anos e mais de seis mil quilômetros de extensão. No entanto,
ainda hoje, ninguém possui dados concretos. Estamos falando da Grande
Muralha da China, uma das construções mais famosas do mundo, mas ao
mesmo tempo uma das menos compreendidas. Para o escritor e historiador
britânico William Lindesay, que vive na China há 20 anos, a exploração
da Grande Muralha se tornou sua obsessão. Em 1987, ele percorreu a
muralha pela primeira vez e descobriu que não existe apenas uma, mais
sim várias muralhas no norte da China, construídas há mais de dois mil
anos por dinastias distintas. Agora, 23 anos depois, ele volta às áreas
mais remotas do monumento nacional da China e, em sua viagem, conhece
camponeses, pastores, especialistas e acadêmicos que tentam responder
sua pergunta: qual é a verdadeira extensão da Grande Muralha?

DETALHES

Durante
muito tempo pensou-se que a Grande Muralha fora construída para
proteger o Império Chinês contra a ameaça de invasão por tribos
vizinhas. Na verdade, porém, o Império Qin não corria qualquer perigo em
relação às tribos do norte quando a muralha começou a ser construída.
Apenas
os Hsiung-nu se haviam fixado significativamente no território chinês, e
mesmo estes pouco resistiram quando o exército de Meng T’ien os
expulsou da região de Ordos. A muralha seria uma defesa contra ataques
futuros, mas o custo em vidas humanas parece excessivo para uma
estrutura que não era uma necessidade imediata.
A ideia da muralha
pode ter nascido da obsessão de Shi Huang Di pela segurança e da sua
paixão por grandes projetos. Porém, pode ter havido razões mais
pragmáticas: a muralha seria um local conveniente para onde enviar os
desordeiros e fazê-los trabalhar. A construção da muralha também dava
emprego aos milhares de soldados sem trabalho, depois que a formação do
império pôs fim à guerra entre os estados. Além disso, logo que a
muralha ficasse terminada, teriam de ser colocados soldados em toda a
sua extensão, assegurando-se assim que grande parte do exército seria
mantida bem longe do capital. As primeiras construções surgiram antes da
unificação do império, em 221 a.C. Ao unir sete reinos em um país, o
imperador Qin Shihuang (259-210 a.C. - Dinastia Chin) começou a unificar
a muralha, aproveitando as inúmeras fortificações construídas por
reinos atuais. Com aproximadamente três mil quilômetros de extensão à
época, foi ampliada nas dinastias seguintes.
Com a morte do imperador
Qin Shihuang, iniciou-se na China um período de agitações políticas e
de revoltas, durante o qual os trabalhos na Grande Muralha ficaram
paralisados. Com a ascensão da Dinastia Han ao poder, por volta de 206
a.C., reiniciou-se o crescimento chinês e os trabalhos na muralha foram
retomados ao longo dos séculos até o seu esplendor na Dinastia Ming, por
volta do século XV, quando adquiriu os atuais aspectos e uma extensão
de cerca de sete mil quilômetros. Acredita-se que os trabalhos na
muralha ocuparam a mão de obra de cerca de um milhão de operários (até
80% teriam perecido durante a sua construção, por causa da má
alimentação e do frio), entre soldados, camponeses e prisioneiros.
A
magnitude da obra, entretanto, não impediu as incursões de mongóis,
xiambeis e outros povos, que ameaçaram o império chinês ao longo de sua
história. Por volta do século XVI perdeu a sua função estratégica, vindo
a ser abandonada a partir de 1664, com a expansão chinesa na direção
norte na Dinastia Qing.
No século XX, na década de 1980, Deng
Xiaoping deu prioridade à Grande Muralha como símbolo da China,
estimulando uma grande campanha de restauração de diversos trechos.
Porém, a requalificação do monumento como atração turística sem normas
para a sua utilização adequada, aliada à falta de critérios técnicos
para a restauração de alguns trechos (como o próximo a Jiayuguan, no
Oeste do país, onde foi empregado cimento moderno sobre uma estrutura de
pedra argamassada, que levou ao desabamento de uma torre de seiscentos e
trinta anos), geraram várias críticas por parte dos preservacionistas,
que estimam que cerca de dois terços do total do monumento estejam em
ruínas.

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